Hoje lembrei-me de um poema de Florbela Espanca que li e reli vezes sem conta na minha aborrecência tardia, lembrei-me a propósito de desacertos emocionais e da forma como as pessoas se apegam aos seus ódios como náufragos a bóias de salvação. Partilho convosco o poema que é sem dúvida um dos meus preferidos.
Ódio?
Ódio por ele? Não… Se o amei tanto,
Se tanto bem lhe quis no meu passado,
Se o encontrei depois de o ter sonhado,
Se à vida assim roubei tanto encanto…
Que importa se mentiu? E se hoje o pranto
Turva o meu triste olhar marmorizado,
Olhar de monja, trágico, gelado
Como um soturno e enorme Campo Santo!
Ah! Nunca mais amá-lo é já bastante!
Quero senti-lo doutra, bem distante,
Como se fora meu, calma e serena!
Ódio seria em mim saudade infinda,
Mágoa de o ter perdido, amor ainda.
Ódio por ele? Não… não vale a pena.
E nessa sequência de pensamentos não pude deixar de pensar no amor próprio, ou na falta dele...
Ódio?
Ódio por ele? Não… Se o amei tanto,
Se tanto bem lhe quis no meu passado,
Se o encontrei depois de o ter sonhado,
Se à vida assim roubei tanto encanto…
Que importa se mentiu? E se hoje o pranto
Turva o meu triste olhar marmorizado,
Olhar de monja, trágico, gelado
Como um soturno e enorme Campo Santo!
Ah! Nunca mais amá-lo é já bastante!
Quero senti-lo doutra, bem distante,
Como se fora meu, calma e serena!
Ódio seria em mim saudade infinda,
Mágoa de o ter perdido, amor ainda.
Ódio por ele? Não… não vale a pena.
E nessa sequência de pensamentos não pude deixar de pensar no amor próprio, ou na falta dele...
2 comentários:
pois... a própria florbela espanca tinha falta de amor próprio, uma vez que tirou a sua própria vida...
florbela ESPANCA.DA...
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