Hoje apetece-me ir ao baú e recordar um texto de 2008. Na altura ficou tudo na mesma, hoje fez-se história! Aguarde-se agora pelo sr. presidente....
O texto está no conto e é assim:
capricho?
Acho que o pensava já como uma causa perdida, a vida insistiu em dizer-me que determinadas coisas simplesmente não eram para mim. Ganhei-lhe muitos braços de ferro mas este…
A enorme excitação é apenas superada pelo nervosismo, afinal, já não sou uma menina. Na antecipação do momento olho para a minha mão esquerda, nua, marcada de antemão pela linha ténue descolorada na pele.
Para quê? – perguntaram-me em tempos.
Porque não? – respondi.
Sei que muitos julgam tratar-se de um capricho. Não entendo. Porque haveria de ser para mim um capricho o que para eles julgam natural? Que raio pensam? De que matéria me julgam feita?!
Não é um capricho, nunca o foi, é simplesmente poder-me afirmar como indivíduo. É poder escolher o meu caminho e poder celebrá-lo. É ser livre. É além de ser, permitirem-me ser gente. Gente como toda a gente!
E quando finalmente ouço de ti, em público, sem medo nem culpa e muito menos vergonha o “sim”, que encheu de musica, ainda que em privado, os meus últimos vinte anos, há uma qualquer explosão interna que não tentarei, nem saberia explicar…
Capricho? Não! Direito!
A enorme excitação é apenas superada pelo nervosismo, afinal, já não sou uma menina. Na antecipação do momento olho para a minha mão esquerda, nua, marcada de antemão pela linha ténue descolorada na pele.
Para quê? – perguntaram-me em tempos.
Porque não? – respondi.
Sei que muitos julgam tratar-se de um capricho. Não entendo. Porque haveria de ser para mim um capricho o que para eles julgam natural? Que raio pensam? De que matéria me julgam feita?!
Não é um capricho, nunca o foi, é simplesmente poder-me afirmar como indivíduo. É poder escolher o meu caminho e poder celebrá-lo. É ser livre. É além de ser, permitirem-me ser gente. Gente como toda a gente!
E quando finalmente ouço de ti, em público, sem medo nem culpa e muito menos vergonha o “sim”, que encheu de musica, ainda que em privado, os meus últimos vinte anos, há uma qualquer explosão interna que não tentarei, nem saberia explicar…
Capricho? Não! Direito!
...
E sim, sinto que esta é também uma luta minha, não por me querer casar ou por ser lésbica, porque nem quero a primeira nem sou a segunda, mas quero ser livre e viver numa sociedade mais justa, quero-o para mim e para o meu semelhante!
3 comentários:
E toda a gente tem o direito de ser feliz. Isto nem devia ser tema de discussão, mas, enfim...
Pois não, mas é vai continuar a ser. Na verdade amanhã vais acordar e vai-te parecer tudo igual, e no dia seguinte o mesmo, mas daqui por uns tempos vais dar-te conta que para muitos ver um homem com outro homem ou uma mulher com outra mulher se tornará natural, simplesmente normal.
As mudanças dão-se de forma lenta.
Beijoca!
Hoje fez-se História porque houve coragem... E é com coragem que as grandes batalhas são ganhas, nao é verdade?! Que esta possa ir até ao fim...
Como li num blog esta semana: "olhem para mim: sou humana!" Que seja um direito de todos...
... Porque não foi apenas no dia 25 Abril que se ganhou liberdade... Que dia 8 de janeiro tenha sido tb um desses dias. Sim, pela liberdade!
Beijinho grande primota, é bom reler no teu bau.
CA
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