sexta-feira, 23 de outubro de 2009

ausência

Eu não tenho estado bem.
Esta deve ser das frases mais difíceis para mim de pronunciar e acima de tudo de escrever, a palavra escrita fica de alguma forma oficial e oficializada para sempre. Esta é a frase que eu tenho evitado dizer. Esta é a verdade e a verdadeira razão pela qual não ando por aqui (regularmente) há quase um ano e em particular no último mês. Esta é a realidade que eu tenho a todo o custo tentado negar perante os outros e perante mim mesma. Esta será talvez a única vez que a verão escrita por aqui.
Não sou vitima de nada que não das minhas escolhas. Não foi o mundo que se virou contra mim, sou eu que de tempos a tempos me esqueço para que lado ele roda e insisto em ir no sentido contrário. Não sou mais nem menos, não sou sequer diferente como por vezes quero acreditar, não no que importa pelo menos, eu apenas me perco de vez em quando como todos os outros e como todos os outros acabo sempre por me encontrar mais tarde ou mais cedo.
Não vos peço desculpa pela ausência, apesar de ter começado o post a pensar que pediria sinto que não faz sentido, sinto que não o lamento verdadeiramente. Lamento sim o não estar bem, o estar ausente é apenas uma consequência disso. Os meus blogues e principalmente o Confesso são apenas uma extensão de mim, um mecanismo usado exclusivamente em meu proveito, uma manifestação de egoísmo. Devo aceitar cada coisa como ela é, aqui sou primeiro eu, depois eu e depois ainda sou eu... isto não significa que não me importe com muitos dos que aqui conheci, que não lhes sinta também as dores, não, isto apenas significa que as que me ficam a doer e as que me acordam durante a noite são efectivamente as minhas. Afasto-me por mim e pelos que gosto, conheço-me, sei-me desagradável, insensível, egoísta... este afastamento é além de uma questão de auto preservação, uma forma de proteger os que gosto de mim mesma.