quarta-feira, 13 de junho de 2007

Está encerrado o confessionário!

Confesso aqui, hoje, pela última vez!
Foram quase 6 meses, ao longo dos quais fui afirmando que continuaria enquanto fizesse sentido, pois bem, já não faz! Na verdade vejo que já não faz sentido há bastante tempo... não um confessionário...
Este blog nasceu com uma missão definida, cumpriu-a há muito, eu devia ter partido nessa altura, ou trocado de casa, mas fiquei... porque não queria perder o confesso, porque não queria perder os que aqui encontrei...
Mas o confesso aqui, fará para sempre parte dos meus amores, e vocês, ficarão no meu coração e na minha memória!
Este espaço deixou de ser um confessionário e é um espaço de fantasia, de ficção, de critica até... um espaço onde se encontram amigos... encerra-se o confessionário, veremos se nasce um outro “aqui” qualquer... pois é Cd, acho que vou aceitar a tua sugestão!
Muitos de vocês já seguiram outros caminhos, outros permanecem... como em tudo na vida, uns partem e outros chegam, uns deixam muito, outros menos, mas todos foram importantes nesta minha caminhada. Obrigada pelo tempo que me dedicaram, pelas confidencias que trocámos...
A todos, aos que irei referir em seguida e aos que não o farei, aos que aqui vieram e comentaram e aos que aqui me leram em silêncio... OBRIGADA! Este é o meu último post e é vosso!
Para a Ana, que ainda agora aqui chegou, obrigada pela frescura e juventude, para a Carracinha, que também é nova por cá, obrigada por me lembrares que podemos passear do alto da nossa janela!
Esteril, foste o meu mais fiel leitor de confissões, enquanto o foram, obrigada pelas horas que me dedicaste, pelas longas conversas... vemo-nos por aí!
Borboleta/Menina Mulher, não te vejo faz tempo, mas não te esqueci, obrigada pelas palavras, pela atenção... até sempre!
Cádis, de ti senti-me próxima, combatemos fantasmas e demónios, obrigada pela companhia, espero que tenhas vencido os teus! Até sempre!
Morgaine, tu és do tempo da fantasia... Obrigada porque me divertiste, porque me tocaste... tenho saudades tuas... e também da tua alegria... Weeeeeee!!! ;) ...até um dia destes!
Mina, discreta e serena, estás cá quase desde o inicio... obrigada... senti que me ouvias! Irei visitar-te.
Gk, falas pouco, mas vens aqui há muito tempo. Obrigada porque em momentos chave, senti que entendeste! Continuarei a ler-te, talvez descubra o teu “segredo”.
Xanusca, :) , talvez sejamos Martas parecidas, ou Martas diferentes... Obrigada, gostei de te conhecer e “acertar” nas “invenções”. Vemo-nos por aí!
Tarina, imagino-te doce, gentil, sensível... e apaixonada! ;) Obrigada pela presença, pelas palavras! Foi um prazer e sinto que continuará a ser... vou ver-te!
Topept, não foste um habitual, mas foste o que me disse num dia especial para ir em frente... foste o que me disse e sabia do que falava, obrigada! Pode ser que a gente se veja por aí!
Atento, o meu leitor anónimo, foi divertido tentar adivinhar quem és, podias finalmente dizer-me não achas? Obrigada também a ti... apesar de anónimo e agora menos atento, foste um dos que mais me acompanhou... o que não tinha ou não queria revelar o seu blog, mas que ainda assim me comentou, criticou e elogiou... a ti é até sempre, porque não tenho como te encontrar...
Wolfhunter, tocaste-me, com a tua gentileza, com as palavras doces, com a simpatia! Obrigada uma vez mais por me teres encontrado! Espero ver-te e ler-te!
Bublicious, obrigada pela presença, pela companhia, pelas palavras, pela alegria, pelo amor à vida... voámos juntas e eu gostei! Vou embora, mas não esqueço o endereço dos amigos... continuarei a visitar-te!
Bono, tu és especial... cheio de cores e contrastes... Obrigada pelas gargalhadas, pelo humor, por me dares força à fantasia! Obrigada amigo silencioso e quieto... terás sinais meus...
Fontez, sabes, foste o primeiro a comentar no confesso aqui... obrigada! Tentar entender-te é um desafio, não consegui, mas quero continuar a tentar! Continuas um nó na minha cabeça e eu continuo a gostar! Até já!
Cátia, a minha primota, porque escolhemos assim e não porque a família o impôs...
Obrigada! Vou guardar sempre comigo o dia em te deste ao trabalho de me conhecer... vou lembrar os mimos, o bolo partilhado... as disputas pelo baloiço... vou lembrar-te daqui a uns anos (muitos), quando estivermos mais senis e contar-te como foi... outros dias terás que ser tu a recordar-me! Estarei por perto!
Cdesag, obrigada pela presença silenciosa, que no inicio era mais audível... um dia tens que me explicar porque me comentavas... sei que não gostas de o fazer...
Obrigada por seres quem és, por teres entrado na minha vida... sem o confesso aqui, não te conheceria, não teríamos uma cabana, não seriamos parceiros...
Para ti é até... tu sabes quando é... não esqueceste pois não? ;)

Vou embora, mas levo-vos comigo, a todos, de diferentes formas... o blog fica por cá, não o vou apagar... seria apagar-me um pouco, nele está muito de mim... do que sou e do que fui... talvez sinta saudades, talvez volte, talvez arranje uma nova casa...
No meu perfil está o meu contacto, vou gostar de saber noticias vossas!
Até um dia...

Beijos!
Marta

sexta-feira, 1 de junho de 2007

muito grande

Os risos ecoavam ainda pelos corredores largos, afastando-se. Nunca soube muito bem por ordem naquela correria desenfreada, nos atropelos à saída. Confesso mesmo, que em muitos dias, me apetecia simplesmente sair a correr com eles, esquecer tudo, e voltar a ter direito a brincar. Reconquistar os meus minutos de recreio!
Depois de todos terem saído, reparei na Sofia, ficara sentada, carita escondida pela cabeleira preta de caracóis largos. Caminhei para ela, ouvindo apenas o som seco do tacão a bater na madeira velha do soalho e o frenesim distante que chegava da rua, para lá das velhas portas em arco.
“Posso sentar-me contigo?” – Perguntei com um sorriso, tentando adivinhar o motivo da sua tristeza. Limitou-se a acenar com a cabeça.
“Não queres brincar com os teus amiguinhos hoje?”
“Não! Já sou muito crescida!”
- O seu tom era realmente o de um adulto triste, aprisionado no seu corpo e voz infantil. Avistei-lhe uma lágrima a despontar nos belos olhos negros. Senti o coração apertar-se face ao sofrimento daquela criança que aprendera com o tempo a amar.
“Sabes uma coisa Sofia, eu sou ainda mais crescida que tu e está a apetecer-me ir lá fora aos baloiços. Queres ir comigo?”
Fitou-me de frente, com os olhos arregalados de espanto.
“As duas? No baloiço?”
Sorri-lhe como resposta.
“Não!” - Disse peremptória e novamente cabisbaixa. – “Eu ontem ouvi que já sou grande demais...”
“Ouviste? Quem te disse?”
“Não foi a mim... eu é que ouvi... afinal já não vou ter uma mãe nova... já sou muito grande...”
Apeteceu-me sair aos berros com quem o tivesse dito, mas em vez disso forcei um sorriso e tentei confortá-la.
“Pois eu não te acho muito crescida, acho que és uma menina linda e que quando tiveres uma mamã nova, ela será muito feliz contigo, terá muita sorte por te ter!”
“Achas?!”
“Tenho a certeza!”
O seu rosto abriu um sorriso rasgado e os bracitos magros atracaram-se no meu pescoço. Não lhe vi o rosto quando ela me fez a pergunta mais doce que algum dia escutei e eu tomei a decisão que me fez mais feliz.
“Isso quer dizer que gostavas de ser minha mãe?”