segunda-feira, 23 de abril de 2007

Em obras

Sim, leram bem, o confesso aqui entra hoje em obras... volto de vez em quando para fiscalizar, mas provavelmente não vos visitarei, nem irei responder por aqui... ou talvez o faça... veremos...
De qualquer forma, quero apenas dizer que estou bem, que estas obras foram muito desejadas e finalmente chegou o dia... tenho a mala quase pronta... e vou!

Fiquem bem, tenham uma boa semana, um bom feriado, fim de semana... enfim... até um dia destes que será próximo.

Beijinhos a todos!

Marta

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Sou uma besta!

Prometi-te o céu e o inferno, prometi-te que me sairia de forma espontânea, natural... que tos entregaria sem me aperceber...
Uma coisa não podes negar, estou a cumprir as minhas promessas, o que é sempre bonito!
Lamento as asneiras que me saltam boca fora... lamento não ter estado ao teu lado naquele momento, para te abraçar... queria que sentisses o meu amor, o meu carinho... queria que visses nos meus olhos o quanto te amo!
Como podes pensar que o que sinto por ti pode mudar num segundo? Eu também sou insegura, entendo que o sejas, acho até natural, mas daí a acreditares que de um momento para o outro tudo muda...
Eu amo-te palerma... isso não vai acabar num minuto, não tenho em mim um botão de on/off, não funciono assim. Não sou canalha o suficiente para te magoar dessa forma! Nem sou cobarde o suficiente para fugir agora! Tenho os ténis guardados na despensa, abandonei as corridas, se queres que te diga, espero ter abandonado os meus tempos de fuga para sempre... e és tu o culpado desta minha reforma!
Quando tiveres duvidas, quando te sentires inseguro, pensa em mim, pensa no que já partilhámos... lembra-te dos meus olhos, recorda o meu carinho... ouve a minha voz!
Não esqueças por um segundo sequer que te amo. Não penses por um minuto sequer que não és importante na minha vida... não te sinto “um”, sinto-te “o”...
Para terminar, repito-te mais uma vez, o que já te disse umas quantas... haverá momentos, em que te levarei ao céu... mas sem me aperceber vou também arrastar-te até ao inferno... tudo isso será natural em mim... temo não o conseguir evitar! Sou uma besta!

segunda-feira, 16 de abril de 2007

confesso aqui

Confesso aqui... agora... sem cenários... sem fantasias... baixinho...
Sou um bicho estranho...
Prezo a minha independência, a não invasão do meu espaço acima de tudo... vivo sozinha desde os 23 anos e sempre adorei que assim fosse!
Tive uma relação longa, com alguém de quem gostei muito... e ainda assim dividir o meu espaço sempre foi uma ideia estranha, sempre a senti como absurda. Sei que o que aqui digo deve fazer pouco sentido para muitos, mas para mim sempre teve uma lógica indiscutível!
No entanto hoje... talvez apenas porque não posso ter, queria alguém que me esperasse na minha casa, alguém que se sentisse em casa... queria poder ser eu a esperar... queria não me sentir tão só quanto me sinto...
Mas sou um bicho estranho... evito os amigos, não me apetece ver ninguém... ninguém que possa ver...
Por hoje, e apenas por hoje, gostava de ter a vida que a minha mãe sonhou para mim e não a que tenho... apetecia-me experimentar por um dia, a sensação de uma família minha...

Amanhã vou dizer que estava louca... que tudo está bem... que é assim que quero... que apenas me lamentei de uma ausência que deixa um vazio enorme em mim!
Amanhã estarei certa!!!

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Tempestade

A noite abateu-se com violência sobre nós. A janela envidraçada parecia querer ceder a qualquer momento... o vento uivava, talvez de medo pelo ribombar dos trovões!
A luz eléctrica desligara-se há muito, provavelmente devido a uma qualquer linha caída ao longo da velha estrada que dá para o paraíso... para o templo... para a cabana!
Iluminados pelo fogo a crepitar na lareira, pelas velas espalhadas pelo chão, pelos relâmpagos... olhávamo-nos já em silêncio... com um sorriso na alma! A nossa mudez, a nossa bonança conquistada, contrastava com o universo que berrava... explodia... no êxtase da nossa paixão!
Foi por uma brisa que entrou não sei por onde, que realizei, que me apercebi onde estava... que tomei consciência de que o sonho que vivêramos era real/verdadeiro...! Os nossos corpos, húmidos, não sentiam frio. Acho que não dei pelo chegar da tempestade... no meio de tanta actividade, devo ter perdido a noção da realidade, ou então perdi foi o receio dela, e entreguei-me... abstraindo-me de amarras... foi tão intenso, vivermo-nos a nós...
Enquanto olhava o tecto, ouvia os trovões, ao fundo... ali, o nosso respirar, ainda ofegante, como se fôramos nós que tivéssemos andado em azafama a preparar aquela tempestade... e ao sétimo fôlego... descansássemos...
Olhei para ti... também estavas a recuperar... parecíamos exaustos, ou talvez não... o teu respirar era "intenso", havia em ti ainda um amar... sentia-se o aroma das velas, da lareira, dos nossos corpos...
Os nossos olhares encontraram-se... alguma coisa disseram... com o ecoar da trovoada, tivemos a desculpa que procurávamos para procurarmos refugio um no outro... não sei como acabou a tempestade... apenas sei que estava contigo...


Marta e CD


CD, obrigada por mais uma parceria neste texto, nesta tempestade a dois... é sempre um prazer!!! ;)

Aniversário

Falou-se por aqui de aniversários... de passado... eu lembrei-me de Fernando Pessoa. Por agora, deixo-vos um poema que gosto particularmente...



Aniversário


“No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.

Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho... )
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!

O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos ...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!

Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas, o resto na sombra debaixo do alçado,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos. . .
Pára, meu coração!
Não penses!
Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira! ...

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...”
Álvaro de Campos

terça-feira, 10 de abril de 2007

Chegada

O Sol apresentava-se em sangue, sobre o verde dos campos... fiquei um pouco encostada na aduela da porta, a vê-lo partir. Eu estava um pouco como o sol, em sangue... não por partir, mas por te ver partir! Tínhamos duas noites, dois dias e depois o vazio, o silêncio, a ausência, a dor...
Dentro de casa acendias a lareira, serenamente, como se te escapasse o pormenor que me atormentava. Quando rodei para te olhar, sorriste-me, atarefado, alheio aos meus pensamentos, às minhas duvidas, aos meus medos...
Tento sempre ler-te... e raramente o consigo, tenho dificuldade em saber o que te vai na alma em cada momento. Confio em ti, no teu amor, no teu carinho, na tua amizade... mas não sei ler-te... não sei se o tempo me dará essa capacidade, sei apenas que desespero, quando te observo de expressão fechada, nesse momento todos os fantasmas me assaltam, todos os demónios me gritam nos ouvidos: “Vês? Olha para ele, está entediado... cansou-se de ti!”
Com o cheiro das acendalhas no ar e as primeiras chamas a subir pelos troncos pequenos, colocados com mestria na lareira, apressaste o passo na minha direcção.
“Amo-te tanto!” sussurraste-me ao ouvido... e eu senti-me a mais tola das criaturas... senti-me tonta por sofrer por antecipação, senti-me pateta por te julgar farto de mim, quando me dizes a cada cinco minutos o quanto me amas, quando tens toda a atenção e carinho para comigo... senti-me um asno por ter receios, quando naquele momento tive a capacidade rara, de ver nos teus olhos o quanto me desejavas...
Enlaçaste-me pela cintura, encostaste-te nas minhas costas, com o queixo sobre o meu ombro e ficaste comigo a esperar a lua... depositando pequenos beijos no meu pescoço, na minha bochecha...

sábado, 7 de abril de 2007

Cá estou

Olá a todos... estou de volta... acho...
Nos últimos dias não vos tenho visitado... não porque vos esqueci, apenas porque dei um saltinho à cabana... e rumei a sul!
Estou bem... apesar das saudades que já tenho da cabana, mas eu sabia como seria...sou daqueles que acreditam que alguns preços apesar de elevados valem a pena ser pagos!
Pagarei a minha factura... vou estrebuchar... mas pago!
Quero aproveitar para vos desejar a todos uma boa Páscoa! Sejam felizes!
Não me vou alongar porque estou de poucas palavras e nenhuma inspiração.


A minha primota, a Cátia do Ticho, lançou-me um desafio... eu aceitei... aqui vai um pouco do que eu seria... se pudesse ser...
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Se eu fosse uma hora do dia, seria qualquer uma... em que fosse noite!
Se eu fosse um astro, seria uma estrela, pequenina... aparentemente.
Se eu fosse uma direcção, seria o Sul, acabo sempre por rumar a sul... por mais que me afaste vou sempre dar ao sul.
Se eu fosse um móvel, seria uma cama... adoro dormir...
Se eu fosse um líquido, seria tequilha... adora-se ou odeia-se.
Se eu fosse um pecado, seria a preguiça... por isso não me dou ao trabalho de explicar...
Se eu fosse uma pedra, seria uma ardósia... para escrever e apagar.
Se eu fosse uma árvore, seria uma oliveira... pela paz...
Se eu fosse uma fruta, seria uma cereja... pequenina...
Se eu fosse uma flor, seria um malmequer... selvagem...
Se eu fosse um clima, seria quente, como o alentejo!
Se eu fosse um instrumento musical, seria uma bateria... pelos diferentes sons!
Se eu fosse um elemento, seria terra... sem os pés bem firmes nela fico perdida.
Se eu fosse uma cor, seria vermelho... pela paixão!
Se eu fosse um animal, seria um gato, pela independência!
Se eu fosse um som, seria o silêncio... um grito mudo.
Se eu fosse música, teria que ser muitas... todas bem diferentes...
Se eu fosse estilo musical, seria latino.
Se eu fosse um sentimento, seria amizade... sem a qual não vivo...
Se eu fosse um livro, seria qualquer um de viagens... leve, pronto para sonhar e desesperar!
Se eu fosse uma comida, seria um crepe... sem gelado, simples, com uma pitada de canela...
Se eu fosse um lugar, seria uma seara alentejana ao vento...
Se eu fosse um gosto, seria pimenta... sou como a pimenta, ou estou na dose certa ou arruino o cozinhado!
Se eu fosse um cheiro, seria o cheiro da terra molhada, das primeiras chuvas que apagam o pó.
Se eu fosse uma palavra, seria vulcão... pelas explosões, sejam elas de que espécie forem.
Se eu fosse um verbo, seria amar... perdidamente...
Se eu fosse um objecto, seria um caderno (reciclado)...
Se eu fosse peça de roupa, seria uma camisola de malha de gola alta... quente e confortável... mas que não se suporta o ano inteiro...
Se eu fosse parte do corpo, seria as mãos... pelo toque, pelo aperto, pela sensação!
Se eu fosse expressão facial, seria um fechar de olhos... porque o faço muito, umas vezes porque não quero ver, e outras porque preciso ver melhor!
Se eu fosse personagem de desenhos animados, seria o Dartacão... sim... o Dartacão... não tenho a menor vocação para Julieta :)
Se eu fosse filme, seria “Instantes decisivos”, pelas escolhas... pelos caminhos...
Se eu fosse forma, seria um triângulo, muito bicuda e de muitas variantes...
Se eu fosse número, seria o 30... mas estou quase a mudar!
Se eu fosse estação, seria o Outono... aquele que me recordo da infância, o das castanhas, das folhas de mil cores, dos dias entre o castanho e o dourado... o aconchego!
Se eu fosse uma frase, seria "Se eu nascesse outra vez queria ser exactamente como sou... alentejana e mulher”...


Eu sou nova nisto dos desafios, mas parece-me que devo desafiar alguém... pois... desafio a Bublicious.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Quero que saibas

Irei mandar-te mensagens, falar-te no msn, enviar declarações por mail... em muitos momentos, vou roçar-te com os meus lábios, dizendo que nunca amei verdadeiramente antes de ti, vou jurar-te que perdendo-te o meu mundo ruirá, garantir que é contigo que quero partilhar o resto da minha vida... muitas vezes estudarei o momento para que fique perfeito! Sei que muitas outras serás tu que o farás comigo...
Mas não agora... eu amei antes de ti sim, custar-me-á se te perder mas a vida seguirá o seu rumo... o resto da minha vida, espero que seja muito tempo, sei lá eu com quem quero estar!!!
Quero-te feliz... acho que é a melhor declaração de amor que me podes fazer, é dizer-me ao ouvido que és feliz comigo, mas hoje, porque estou lúcida, sei que um dia esse ouvido não será o meu... mas quero-te feliz, com esse outro ouvido... apenas porque te amo... e apenas hoje... porque estou lúcida... em todos os outros dias, de encanto ou desencanto querer-te-ei preso a mim, para que sejas feliz ou para que sofras!
Lamento se o digo assim, a seco, a frio... lamento se as promessas de amor eterno que irei gemer nos teus ouvidos não passarão disso mesmo, promessas!
Hoje, posso dizer-te apenas que te amo... amo-te como nunca amei ninguém, porque és outro, único, nem mais nem menos... apenas diferente!
Hoje, prometo-te que o meu amor terá apenas a eternidade de cada momento que partilharmos...
Hoje, posso garantir apenas que te irei oferecer, em muitos momentos, o céu e o inferno... que serei o anjo e o demónio... e que tudo isso me sairá naturalmente... que serei eu...