quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Feliz Ano Novo




 

Para todos um Ano Novo fantástico!!!

Beijos,
Marta

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

choc choc

E enquanto me debato nesta imensidão de silêncios e palavras confusas, ele oferece-me uma viagem ao passado, a um mundo feito de fantasia dji chocolatxi choque choque chocolatxi...



Adenda: Estava agora a olhar para o vídeo pela primeira vez. A imagem é medonha, mas consigo perceber, com alguma vergonha confesso, que tive umas meias como as da Xuxa...
O modelito era uma saia castanha, meio rodada, acima, bem acima do joelho, as meias eram castanhas e deixavam ver uma tirinha de perna, a camisola um amarelo esverdeado e na cabeça um chapéu castanho... o toque de requinte era dado nas botas de atar à frente (tipo tropa)... estávamos no fim de 94, eu tinha acabado de entrar na faculdade e achava a fatiota cheia de estilo, não a desperdiçava (felizmente) no dia a dia, era só para saídas...

imensidão

"Todos os dias, sem excepção, no desenvolver do nosso trabalho, tudo à nossa volta nos remete repetidamente para a imensidão. A imensidão do mundo, da quantidade de pessoas em risco, a profunda imensidão da pobreza, a imensidão da doença, da injustiça, e sobre todas as coisas, do que é amargamente injustificável. E todos os dias, o combate à imensidão tem início com e nas pequenas coisas. Na transformação de uma única vida, no esclarecimento de uma curiosidade, na colmatação das necessidades básicas de apenas algumas centenas de pessoas. No universo das pequenas coisas não pretendemos anular a imensidão, pretendemos sim, retirar-lhe terreno progressivamente."

Estas foram as palavras que me chegaram hoje da Helpo e que trazem na página seguinte um desenho de um barco a pescar ao largo da Ilha de Moçambique, num mar de fantasia a abarrotar de peixes e um menino que cresceu desde a última fotografia que vi, um menino de sorriso tímido e olhos brilhantes do tamanho de um mundo que ele desconhece. Um menino lindo, que tem em si silêncios que eu jamais poderei  entender...

É nesse mundo em que a cada dia a imensidão da pobreza e da precariedade perde terreno progressivamente que eu quero viver... e não há meio...

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

silencios

Eu que escuto o silêncio nos talheres que batem ritmados no prato, na água que circula no aquecimento, na chuva para lá da janela de vidro duplo, na chave do vizinho que roda na fechadura da porta de alta segurança,  na televisão que me chega da sala, fico assim, pequenina, esmagada pela consciência do som do silencio alheio. Do silencio aqui do meu quintal. Esse silencio que ronca no estômago vazio. Esse silencio... splash... que perfura a pele, feito pelas goteiras que furam o plástico. Esse silencio cheio de sonhos de guerras... que se chamam sonhos porque se desconhece que são pesadelos. Esse silencio que grita em olhos cinzentos, baços, esse silencio que baila nos membros que escondem o rosto marcado.
Eu que escuto este silêncio medonho, sinto-me aturdida com esse outro que existe para lá do reino da minha fantasia!

confuso...

... é o tanto que tenho aqui, algures, entre a cabeça, o coração, os lábios e a ponta dos dedos.
Como diria o poeta é um não sei quê, que me vem não sei de onde, mas não me refiro necessariamente a amor, ou pelo menos a esse amor “comercial” que se vende em rosas vermelhas e “I love you’s”. Confuso é este não sei quê que sinto agora, esta emoção, este aperto na alma. É isto que não sei pôr em palavras que sempre se revelam demasiado pequenas. É um não sei quê de incompreensão pela vida. É um não sei quê de duvida quanto ao rumo. É um temer-me alguém que não quero ser. É o saber-me diferente do que tantos parecem ver. É esta impotência como doença crónica. É esta mágoa que tantas vezes dança e canta e seduz... é esta cobardia revestida a preguiça que me enregela os dedos e turva o raciocínio... este medo do escuro, do que está para lá do que os meus olhos alcançam... é este inconformismo que dá o braço a esta coragem, esta paixão, esta gargalhada, esta força que me impulsiona, este sonho permanente... é no fim do dia esta inconstância... e sou eu que me perco e encontro entre letras, que me pinto de mil cores exuberantes e que me transfiguro...

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Feliz Natal

A última semana tem sido rica em sustos. Começou com o terramoto e para já recupera-se como se pode desta espécie de furacão que nos visitou pela madrugada. Deixem que lhes diga, tenho andado acagaçada que se farta, mas para já tudo ok. Tenho janelas e telhado no sitio. Televisão, luz e internet de forma intermitente, o que é bom, porque 2 quarteirões abaixo ainda se está na obscuridade. Quanto ao telefone, ele está cá, mas não serve de nada, parece que anda meio mundo a querer saber do outro meio e o bichinho diz que tem a rede ocupada, isto quando diz alguma coisa... e pronto, estou confiante que este será um bom Natal! Parece ironia mas não é, estou mesmo. É o meu primeiro Natal nesta casa. Serei eu a cozinhar o bacalhau que cá em casa será com broa (se tiver luz e forno :P). Terei os meus convidados a chegarem a meio da tarde de amanhã, o que quer dizer que só se farão à estrada depois do fim do alerta amarelo, enfim, estou aqui a ganhar forças para ir aspirar enquanto a luz não vai abaixo e depois que seja o que Deus quiser. Estamos todos vivos e pareça-vos ou não um cliché, isso é o que verdadeiramente me importa!

Desejo-vos a todos um Feliz Natal, que sejam muito, muito felizes.

Beijo enorme.
Marta


Se as condições o permitirem ainda recebem o mail da praxe ou o sms.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

dahhh

O post de hoje do Bruno lembrou-me o quanto eu gosto de me rir de mim mesma e o quanto eu aprecio pessoas com essa capacidade. E ao lê-lo, lembrei-me de partilhar convosco uma história que se passou comigo à umas semanas atrás.
Tenho uma prima que está na América e casada com um Americano, que como imaginam não percebe uma palavra de Português. No fim de Outubro ela esteve em Portugal sozinha e eu como sempre fiz de chauffer até ao aeroporto. Na última noite ela ficou na minha casa e a páginas tantas ligou-lhe de um dos meus telemóveis para lhe dar o meu número de casa e poderem falar mais à vontade. Deixei-a ao telefone e fui para o meu quarto. Cumpridos todos os rituais deitei-me, já passava da meia noite e no dia seguinte tínhamos que nos levantar antes das seis da manhã, mas como é hábito agarrei num dos  telemóveis e liguei ao Cd. Aquele telemóvel só serve para falar com ele e para algum telefonema em que eu prefira não dar o meu contacto principal. É um 93 TAG, que eu nem sei o número de cor. Basicamente eu marco verde verde e falo com o Cd. E assim fiz. Verde verde de forma perfeitamente mecanizada. Auricular a escorregar da orelha e olhos pregados na TV a tentar decidir se iria adormecer com o Discovery ou com o História.
Ele atendeu e começou a fazer uns ruídos estranhos muito baixinho do outro lado da linha, nada de anormal, falamos tantas vezes que na verdade não há muito que falar e às vezes ele brinca de fazer umas vozes esquisitas e de falar línguas que não existem. Eu normalmente já estou chata com o sono e berro com ele, mas naquele dia, apeteceu-me alinhar na brincadeira e comecei do meu lado:

Nha nha nhé dah parititatutiti

E ele respondia e eu respondia, enquanto distraída ia mudando de canal, estivemos assim cerca de 2 minutos até que consegui perceber do outro lado num tom mais alto:

Is Rita there?

E nesse momento caiu-me a ficha… verde verde é uma coisa perigosa...

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

desacertos

Hoje lembrei-me de um poema de Florbela Espanca que li e reli vezes sem conta na minha aborrecência tardia, lembrei-me a propósito de desacertos emocionais e da forma como as pessoas se apegam aos seus ódios como náufragos a bóias de salvação. Partilho convosco o poema que é sem dúvida um dos meus preferidos.

Ódio?

Ódio por ele? Não… Se o amei tanto,
Se tanto bem lhe quis no meu passado,
Se o encontrei depois de o ter sonhado,
Se à vida assim roubei tanto encanto…

Que importa se mentiu? E se hoje o pranto
Turva o meu triste olhar marmorizado,
Olhar de monja, trágico, gelado
Como um soturno e enorme Campo Santo!

Ah! Nunca mais amá-lo é já bastante!
Quero senti-lo doutra, bem distante,
Como se fora meu, calma e serena!

Ódio seria em mim saudade infinda,
Mágoa de o ter perdido, amor ainda.
Ódio por ele? Não… não vale a pena.


E nessa sequência de pensamentos não pude deixar de pensar no amor próprio, ou na falta dele...

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

amizades

Hoje abri o msn pela primeira vez em muitas semanas e deu-se o caso de encontrar um amigo que não vejo há muitos anos (meu colega do secundário e além disso e mais importante, meu amigo de copos e confidências). Depois de terminarmos o secundário eu entrei na faculdade e ele na Força Aérea, por sorte ficámos ambos na zona de Lisboa e mantivemos o contacto, quando a distância se acentuou criámos o hábito de estarmos juntos todos os anos, mas com o passar do tempo tornou-se complicado manter a tradição e acabámos por perder o rasto um do outro, não o vejo eu diria que há uns 5 ou 6 anos.
Tropecei no perfil dele no hi5 há uns meses, trocámos uns mails e o endereço de msn, mas ainda não nos tínhamos encontrado online. Aconteceu hoje.
A conversa fluiu como se nos tivéssemos visto ontem. Foi bom saber dele, falar-lhe de mim, e a páginas tantas ele diz-me isto:
"Tu és uma pessoa que marca a vida das pessoas, por trás do teu aclamado mau feitio está alguém com um coração do tamanho do mundo, e fico feliz de fazer parte do clube das pessoas que te conhece por detrás dessa cortina."
E pronto, com isto fez-me ganhar o dia, a semana, o mês... desculpem lá a falta de modéstia, mas eu tinha que escrever isto, tinha que o registar. Sei que amanhã ou depois me vai fazer falta relembrar estas palavras, sei que preciso mais do que nunca acreditar nelas. Ainda por cima, porque se eu ainda o conheço, disse-o porque o sentiu, não porque me quer saltar para a cueca e isso faz toda a diferença. Soube-me bem porque foi inesperado. Soube-me bem, porque senti que era um amigo que não tinha perdido. Soube-me bem, ponto.
E é assim, quando menos esperamos aparece um velho amigo que nos diz estas coisas e nos deixa com o ego do tamanho do mundo!

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

domingo, 15 de novembro de 2009

Parabéns Ana

Sem muitas palavras porque elas não estão a ser o meu forte, deixo-te um beijinho de parabéns e o desejo de que sejas muito feliz!
E porque me apetece deixo-te também esta musica.
Muahhhh

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

maternidade

A minha bichinha está a ser operada e eu estou aqui que não me aguento!
"Quando terminarmos ligamos." - Disse-me a Vet antes das 3h quando lá a deixei, até agora nada... estou a começar a desesperar!

Adenda: Está a acordar! :D Daqui por um bocado vou buscá-la!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

ausência

Eu não tenho estado bem.
Esta deve ser das frases mais difíceis para mim de pronunciar e acima de tudo de escrever, a palavra escrita fica de alguma forma oficial e oficializada para sempre. Esta é a frase que eu tenho evitado dizer. Esta é a verdade e a verdadeira razão pela qual não ando por aqui (regularmente) há quase um ano e em particular no último mês. Esta é a realidade que eu tenho a todo o custo tentado negar perante os outros e perante mim mesma. Esta será talvez a única vez que a verão escrita por aqui.
Não sou vitima de nada que não das minhas escolhas. Não foi o mundo que se virou contra mim, sou eu que de tempos a tempos me esqueço para que lado ele roda e insisto em ir no sentido contrário. Não sou mais nem menos, não sou sequer diferente como por vezes quero acreditar, não no que importa pelo menos, eu apenas me perco de vez em quando como todos os outros e como todos os outros acabo sempre por me encontrar mais tarde ou mais cedo.
Não vos peço desculpa pela ausência, apesar de ter começado o post a pensar que pediria sinto que não faz sentido, sinto que não o lamento verdadeiramente. Lamento sim o não estar bem, o estar ausente é apenas uma consequência disso. Os meus blogues e principalmente o Confesso são apenas uma extensão de mim, um mecanismo usado exclusivamente em meu proveito, uma manifestação de egoísmo. Devo aceitar cada coisa como ela é, aqui sou primeiro eu, depois eu e depois ainda sou eu... isto não significa que não me importe com muitos dos que aqui conheci, que não lhes sinta também as dores, não, isto apenas significa que as que me ficam a doer e as que me acordam durante a noite são efectivamente as minhas. Afasto-me por mim e pelos que gosto, conheço-me, sei-me desagradável, insensível, egoísta... este afastamento é além de uma questão de auto preservação, uma forma de proteger os que gosto de mim mesma.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

QUE VERGONHA

senhor presidente!!!

sábado, 12 de setembro de 2009

desafio

Pois é, um desafio... desafio dos sentidos!
Os 5 sentidos... só 5?! Hum...

Regras:

1. Exibir o selo;

Ora aqui está ele todo janota:



2. Indicar o nome e o link do blog de quem recebi;

Well, recebi o desafio do Bono do Tempocronometrico.

3. Indicar outros 5 blogs:

Os cinco que eu gostaria de ver a responder:

Ticho – Porque sim ora bolas, a família tem que servir para alguma coisa! :P

Carracinha Linda – Porque sempre serve como assunto no caso de uma de nós se engasgar com o café ;)

More Than Words – Porque a Patrícia é pequenina, mas tem potencial para ser grande…

Procurar-se – Porque desafio a Cris a abrir ou reabrir outro espaço!

De Tudo um Nada – (Pensavas que te deixava de fora?! Nahhhh) Porque a Ana., de impulso pode ser brilhante nas respostas ou simplesmente mandar-me à merda e não responder, e eu gosto disso!

4. Dizer qual o sentido que melhor me descreve:

Isto não sei se deveria ser eu a responder, talvez o fizesse melhor quem me conhece, mas ok eu arrisco o tacto. Sou real. Cheia de ângulos e faces, recantos escondidos onde não é fácil chegar e tocar, muito menos sentir. Sou suave, espinhosa, escorregadia, não sei até hoje em que medida, mas sou, espero, uma espécie de tronco onde é possível aos que me são próximos agarrarem-se nos vendavais, sem no entanto terem a garantia de saírem sem lhes arranhar os dedos.

5. Para cada sentido, escrever a resposta para as perguntas:

Audição: Qual o som que gostas mais de ouvir?

Estava tentada a dizer o mar, mas eu claramente sou campo... lembrei-me dos passarinhos, mas eu não estou a ir a votos por isso... gosto de ouvir a chuva a cair.

Visão: Qual a tua imagem favorita?

Quando vou a caminho da minha velha casa, a que nunca o será, mas também nunca deixará de o ser, no inicio da Primavera, e vejo os campos que dentro de meses secarão sob um sol abrasador, comemorar mais um ciclo de vida, vestidos de todas as cores... o tapete perfeito.

Tacto: O que mais gostas de sentir na pele?

Ui. Adoro uma boa massagem, mas não dispenso de forma alguma, nos dias de inverno o meu velho amigo saco de água quente nos pés.

Paladar: Qual o teu sabor preferido?

Gosto de sabores, gosto de temperos, gosto de sal e pimenta em tudo na vida. Não quero contentar-me com um doce para sobremesa, quero sem qualquer duvida comer o prato principal!

Olfacto: Qual o cheiro que te faz bem?

Além do café, imprescindível porque me desperta, o cheiro que ainda me faz bem é o das primeiras chuvas, aquele que apaga o pó dos devaneios de verão, o cheiro de terra molhada, da minha terra que não cheira, ainda, a escapes de carro.


Numa frase, gosto de ouvir a chuva a cair numa manhã de sábado, enquanto aqueço as mãos numa chávena de café delicioso, com uma pequena dose de leite. Gosto do cheiro que fica no quarto e se funde com o que eu adivinho na rua. Gosto de largar a chávena e aconchegar-me nos lençóis térmicos, debaixo dos quais nenhum mal me pode alcançar, e do sonho que com sorte chega em seguida, pleno de danças e corpos e cheiros e sabores e...

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

asfixia democrática

Eu até estive na praia e tinha mais que fazer que comentar a dita senhora, mas agora que voltei, e dado que no meu blogue é mais ou menos como na Madeira, isto é, diz-se as asneiras que se quer, desde que obviamente eu as autorize, não resisti a deixar aqui esta pontinha de veneno.

E comprovando o que disse anteriormente, que isto aqui é mais ou menos como na Madeira, e dado eu hoje estar muito macho assim à laia de Alberto João, este post não vai permitir comentários...

sábado, 5 de setembro de 2009

hoje

O dia foi bom. Um mar fantástico, quente, brilhante, a perder de vista e eu, que nem sou fã, rendi-me a seus pés, desmaiada sobre as águas.
O dia foi bom. Os quilómetros pareceram poucos, necessários, quase indiferentes e eu, perdida de medo quase adormeci.
O dia foi bom. Treinei as conquilhas e voltei de garrafa vazia, sem dores nas costas, sem dores nos tornozelos e eu, que as queria conformei-me.
O dia foi bom. E agora, no sofá dormem os dois e eu, que tinha sono estou aqui... porque o dia foi bom e ainda não é amanhã...!

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

eleições

Voltemos ao assunto, encontrei um site que achei interessante, mostra-nos o nosso posicionamento nestas eleições, não pelas ideias que possamos ter pré concebidas da nossa inclinação política, mas pela resposta a uma série de perguntas que nos são colocadas. O site é este, porque não confirmarem ou até surpreenderem-se com os resultados?!

Aqui fica o meu:



Nota: Para visualizarem os resultados não necessitam de se registar.


terça-feira, 18 de agosto de 2009

ilusões

Por vezes, mesmo sabendo que não pode ser, nós temos uns momentos em que vá-se lá saber porquê, achamos que... e se fosse?! Mas felizmente, ou não, logo em seguida temos um banho de realidade que nos diz que não era, que nos puxa as orelhas e berra-lhes em seguida: “Oh minha grande parva, achavas mesmo que podia ser?!”

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

não percebi

Ando um bocadinho enjoada, mas isto é normal, estamos em ano de eleições e acontece sempre. Esta deve ser a primeira vez que aqui falo de política, no entanto quem me conhece sabe que o faço com alguma frequência. É um assunto que me interessa, é um assunto que me importa, que faz diferença nas nossas vidas. E nesta primeira vez que vos falo no assunto, parece-me correcto definir desde já, abertamente e assumindo-me como fora de moda, eu votarei PS. Reconheço naturalmente que foram cometidos erros, no entanto não vejo na figura boçal de MFL qualquer hipótese de melhoria. Posto isto, sinto-me perfeitamente à vontade para perguntar que raio viram na figura de Carolina Patrocínio para Mandatária para a Juventude pelo Partido Socialista?!
Não percebi... a miúda, é só uma miúda, rica, mimada, tonta, desinteressante, oca, fútil. Como a própria diz aqui, trabalha porque lhe apetece, não que precise, só faz o que gosta e ainda assim apresenta uma coisa deplorável na SIC que dá pelo nome de Tá a gravar, não gosta de frutas que seja preciso descascar e só come cerejas e uvas quando a empregada lhe tira os caroços ou grainhas, ora façam-me o favor que escolhazinha de merda!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

azeitonas

Quem me conhece sabe que os meses de Verão são sempre complicados em termos de “agenda”, este ano não tem sido excepção, sem dúvida tudo tem sido complicado, apesar de sem agenda! Nestes últimos dias uns partiram, outros ficaram, paredes cederam, carros pararam, gripes surgiram, dedos ficaram entalados e tanto e tanto e tanto.
Hoje foi finalmente um dia calmo, sem stress, sem agenda, sem relógio e ainda assim fui ao centro de emprego, levei a Michéle a mais uma vacina e, fui ver os Azeitonas a Arruda dos Vinhos. Confesso Aqui, estou apaixonada!
Há dias em que tudo corre mal e há outros em que os astros conspiram para nos compensar, hoje foi um desses dias. Esteve a primeira noite de verão de que me dei conta, isto é, quente. Os Azeitonas que deviam entrar em palco às 22h, começaram lá pela meia noite, mas a caipirinha era a 2,50€ e a imperial era a 1,00€, pelo que não se perdeu a noite. O som era uma merda, mas como eles disponibilizam as suas musicas para download grátis na net, eu sabia-as de cor.
Gostei! Gostei muito!!!

Fomos os dois.

Eu já estava a ficar amarela com a espera,

quando finalmente...

(Nena, Marlon, Miguel AJ, Salsa)





Obrigada Azeitonas!!! Foi um prazer ver-vos ao vivo!

...
E pronto, estava na hora de vir para casa onde esta matulona me esperava.


Para os mais distraídos, que estão na dúvida se os conhecem, aqui fica um vídeo:

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

amor verdadeiro

Estava eu na fila dos correios quando me entram olhos adentro umas letroncas garrafais com um esplendoroso “Márcio”. A coisa não tinha menos de 150mm e contando com os arabescos que tinha em volta, à laia de seta, aquele enorme borrão azul ocupava um quarto das costas da rapariga.
Juro que não percebo esta necessidade de andar marcado. Obviamente que não foi a primeira vez que vi tamanho gesto de amor, embora deva confessar que foi talvez o que evidenciou maior toque de requinte. Mas voltando um pouco atrás, falei de amor, pois para tal grandeza de gesto, das duas três, ou foi obrigada, ou estava bêbada ou é amor, que parece que é desculpa para qualquer barbaridade que se cometa.
“Ai gosto tanto dela, e nem sequer é por ser bonita, aliás outro dia para lho provar até lhe dei uns tabefes a ver se a desfigurava, mas claro, sempre com muito amor.”
Voltando à rapariga encalorada, de costas ao léu e borrão à mostra (falei-vos do belo chinelo pláscu? Não? Tsss... fica para a próxima), deixou-me nostálgica. Lembrou-me a minha infância e em particular um vizinho que tinha um rebanho de ovelhas e lhes marcava as suas iniciais no lombo com um ferro em brasa. Se um dos bichos tresmalhasse sabia-se logo a quem pertencia e garantidamente (ou quase, não fosse dar-se o caso do feliz que a encontrasse ter o mesmo nome ou lhe arrancar a pele) era enviada de volta.
Nestes tempos modernos também é assim com os amores, desfiguram-se os rabos, as costas e os pescoços, para não falar de outras partes que me fariam agora corar, e é amor para toda a vida...
... cada vez aprecio mais o Inverno!

déjà vu

Procurei o serão inteiro pelo que te escrevi há uns três anos atrás aquando da tua primeira queda... não encontrei nesta confusão que é o meu PC, perdeu-se algures pelos anos, mas agora, mais do que nunca queria rever essas palavras, queria que as revisses e te lembrasses que já na altura queria preparar-te também para o dia de hoje.
Creio que entendeste... creio que sabes que depois do primeiro baque, tudo o mais como dizem os Brasileiros, nós tiramos de letra. Não me preocupa que possas pensar que não vais sobreviver, sei-te mais sabedor que isso. O que eu não sei se sabes é que eu estou aqui não porque te vejo como vitima, mas principalmente porque reconheço em ti a mesma sede com que acordo a cada manhã. O que tu talvez não saibas é que quando nasceste e eu fantasiava que eras o meu bebé, quando eu te queria como eu, eu ainda não sabia nada, era apenas uma criança um pouco, pouquinho, maior que tu. O que eu sei que tu não sabes é que hoje, que és maior que eu, eu te quero efectivamente maior, melhor... o que tu ainda não sabes é que eu sei e queria que tu não soubesses dessas dores dos vilões que moram nas histórias das carochinhas e dos carochinhos, desses vilões aparentemente amorais mas que têm uma consciência. O que eu queria era que não conhecesses essa dor que nos chega sem dia marcado, não pelos males que o tal do mundo injusto nos impinge, mas pelos caminhos desastrosos que por vezes são os que sem percebermos escolhemos percorrer.
Hoje não sou a Marta como te ensinei, hoje não sou demasiado nova para ser tia de um marmanjo do teu tamanho, hoje, e só hoje porque faz falta, eu sou a tia cota que já foi por aí e que apesar de na maioria dos dias ser feliz pelo tanto que viveu, noutros, preferia voltar a ter 21 anos e fazer de tudo uma história simples.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

ainda não é hoje

... que escrevo um post a sério, não sei bem porquê, talvez porque como alguém disse, o pensamento voa mas as palavras andam a pé... e as minhas têm os pés cheios de borregas! (que é o nome que se dá às bolhas na minha terra)
Mas adiante, não vos deixo um texto, mas deixo-vos o regresso de alguém que eu supus sem volta aos tempos em que me fazia rir, e como me fazia rir. Hoje, passados anos, voltou a arrancar-me umas boas gargalhadas.


quinta-feira, 25 de junho de 2009

prazos de validade

Sempre que passo uns dias no Alentejo tenho um turbilhão de emoções contraditórias. Se por uns momentos fico sem ar (literalmente) ao observar a paisagem imóvel do inicio da tarde, por outros olho a velha estrada de terra batida e penso simplesmente no plano de antigamente, pôr-me a milhas. Tenho com o Alentejo uma espécie de relação, que como qualquer outra relação têm algures na embalagem umas letras pequeninas que avisam: ”Consumir de preferência antes de...”, letrinhas essas que eu, nesta como em qualquer outra relação, teimo em não ler, ou ignorar, quando por um qualquer motivo, pego o bicho como (não) deve ser e encaro a coisa como ela na realidade é, sem óculos cor-de-rosa, sem lacinhos na ponta das tranças e sem cavalinhos de pau (já vos falei do meu cavalinho de pau? Não? Provavelmente não falei porque ainda estou ressentida por o terem dado, mas isso fica para outro dia). Estava eu a falar-vos deste meu amor enorme por esta terra. Deste meu sentimento desmedido, deste meu encantamento. Falava-vos eu desta minha loucura em forma de trigo loiro, erguido, quieto, sob o sol escaldante do meio dia. Falava-vos eu desta minha eterna e incontornavel paixão, desde que vivida na confortável distância de uma hora. Falava-vos eu desta desaconselhável forma de sugar esta terra, para além da validade aconselhável, coisa que pelo facto de ser um produto fresco, conservado acima dos 40ºC, não deve ir além do terceiro dia. Falava-vos eu que finda essa validade, tudo fica apenas seco, com um pequeno travo a ranço. Falava-vos eu deste meu lindo amor, que para o ser, como a maioria dos grandes amores, tem que ser platónico, vivido entre ais de saudades e pequenas caricias fugidias. Tem que ter apenas uma ou outra noite tórrida espaçada no tempo, tem que ser fantasiado e não vivido, sob pena de perder o encanto.
Falava-vos eu de Alentejo, porque dele não posso fugir, mas o que queria mesmo era pedir-vos que verificassem a embalagem que têm ai por casa, se já tiver expirado preparem-se para a jogar no lixo, porque se insistirem em consumir dela, pode até ser que se deliciem por momentos, mas mais cedo que tarde chega a esperada dor de barriga e intoxicação alimentar!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

é oficial,

o que vive cá em casa comigo é um cão!
Acabou de aprender a dar a pata, só ladrar é que ainda não consegue, quem sabe em breve...!

sábado, 6 de junho de 2009

farta

Estou cansada. Furiosa. Farta!!!
Não sei do que tenho mais vontade, se deitar-me ao chão espernear e fazer birra, se vestir a melhor roupa e ir curtir a noite, se comprar uma soqueira de metal e dar-lhe muito uso. Sei só que não quero ser razoável, não quero ser sensata, não quero ser madura. Nem sequer quero ser justa. Pelo contrário, quero dizer tudo o que é certo e depois quero exagerar, quero ser cruel, quero tirar esta raiva que me faz ferver o sangue e cerrar o maxilar. Quero berrar. Quero perder a razão. Quero que vás à merda, não, não és tu, tu eu já me encarreguei de torturar que baste (será?), à merda quero que vá ele!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

fui engada

Vamos ver se me faço entender...
Eu sei que passei muitos anos a pedir à vida umas mamas maiores, e não me interpretem mal, eu não sou mal agradecida e sim, eu sei que na vida tudo tem o seu preço, quanto a isso também não há nada a dizer, mas convenhamos, fui enganada! Ou as mamas crescem mais ou diminuem os pneus!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

onde está o Wally






Acabadinhas de tirar. No entanto desengane-se quem pensa que este "anjinho" dorme o dia todo, agora por exemplo parece que adivinhou que a qualidade das fotos é duvidosa e então resolveu vir-me roer os dedos dos pés em agradecimento!

sábado, 30 de maio de 2009

banco de jardim

Não fui uma menina corajosa. Não mesmo! Talvez por isso, hoje, sempre que posso, levo tudo pela frente com a fúria das tempestades que chegam fora de tempo.
É certo que também eu vivi um primeiro amor, também eu tive o meu banco de jardim, e nele o meu primeiro beijo... mas sempre fui eu, nos meus amores o elo mais fraco. Quem ao cair da tarde não tinha coragem para chegar a aparecer... sempre fui eu a desertora. Mas isso quase todos vocês já sabem, quero hoje falar-vos de um dia, um sem exemplo em que me armei de coragem e sem vergonha de corar e não faltei nesse banco de jardim. Eu era uma menina tonta e ele um menino que gostava de fingir que era crescido. Dois tolos apaixonados. Duas crianças a descobrir o mundo. E naquele dia, naquela noite de verão, naquele banco de jardim, troquei o meu primeiro beijo. Era o homem da minha vida achava eu, sem fazer a menor ideia do que qualquer uma das palavras queria dizer. Foi um amor sofrido, cheio de lágrimas e ausências e juras de amor. Foi um amor perfeito, catastrófico, que sempre me deixava sem fôlego, como devem ser todos os primeiros amores. E um dia, sem que desse por isso esse amor esfumou-se no ar e deixou-me um sorriso agrafado à memória.
E vocês? Tiveram nos vossos amores um velho banco de jardim, com corações gravados a canivete?

sexta-feira, 22 de maio de 2009

maternidade II

Eu estou como as novas mamãs em que parece que o mundo à volta simplesmente parou e tudo se resume ao arroto, ao cocó na fralda e às supostas gracinhas que apenas os seus olhos de mães conseguem detectar. Eu estou a modos que a viver isso numa diferente escala de maternidade, uma em que não dei à luz e a minha filhota tem quatro patas e um lindo pêlo, mas que desde que entrou na minha vida a virou um bocadinho do avesso.
Ela é linda, ela é traquinas, ela é um pouco desajeitada ainda, ela é carente, ela é um amor, ela é um bocadinho chata e segundo descobrimos hoje, ela não pára de mexer no olhito em que tinha uma conjuntivite e não melhorava... resultado, ela agora é uma gata charmosa com acessório... têm um colar.
A vontade que tive enquanto a Veterinária lho colocava foi de a meter debaixo do braço e sair a correr. Ela está triste e eu também. Ainda não sabe andar bem com o colar, não consegue comer nem beber sozinha e tem medicação de 8 em 8 horas. Não têm fraldas é certo, mas isso não quer dizer que não precise (principalmente agora) de ajuda no caixote... enfim, temos pela frente 10 dias diferentes em que vou fazer o enorme esforço de não a mimar demais, de não chorar com ela cada vez que metermos a pomada em cima do olhito e de não ceder à tentação de a tirar do tormento que é o colar.
Desculpem, mas isto da maternidade dá muito trabalho, dá muitas preocupações e não nos deixa pensar em muito mais...


sexta-feira, 15 de maio de 2009

Michéle

Chegou, linda e maravilhosa, mas eu sou suspeita, por isso deixo-vos dizer de vossa justiça. Aqui está ela, a bichaninha mais charmosa das bichaninhas! Michéle a princesinha cá de casa.



quarta-feira, 13 de maio de 2009

segunda-feira, 11 de maio de 2009

maternidade

Estou a começar a ficar um bocadinho farta da porra da conversa: "Ah e tal, ainda não comem sozinhos."
Mas que merda, que raio é assim tão complicado? Têm a boca cheia de dentes só precisam de a saber abrir e fechar umas quantas vezes e depois engolir, não vejo dificuldade nenhuma!

Esta coisa da maternidade ainda nem começou e já me está a deixar os cabelos em pé. Eu vou dizer devagarinho a ver se a gente se entende.

E-U Q-U-E-R-O O M-E-U G-A-T-O J-Á!!!!!!!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

um bocadinho, mas não de todo!

Este inicio de ano tem sido uma loucura emocional, é como se a pressão a que estive exposta durante anos a sentisse apenas agora de forma esmagadora... não é que não esteja feliz, tenho a minha casa nova, que aqui entre nós é linda, e dentro de dias chega o meu filhote de 4 patas que eu sei, vai ser o gato mais charmoso do mundo, mas cá dentro, naquele lugar que muitas vezes não ouso dar voz, sinto-me inútil. Fútil. Dispensável. Burra. Literalmente burra. Outro dia, dei por mim a entrar na página do meu banco e a não saber navegar nela. Acho que foram apenas uns segundos em que me senti perdida, mas foi o suficiente...
Não, não escrevi um post para me lamuriar e me dizerem que não é verdade, que sou um génio, nada disso. Hoje, alguém sem saber, ou quem sabe a saber, disse-me “funciona”, mas o que eu ouvi foi algo do género “não és a máiore, mas não és ainda um caso perdido”... por isso, acima de tudo por isso, obrigada!
E por isso hoje sinto sinceramente, que ando parva é certo... mas não estou e recuso-me a ser irremediavelmente estúpida!

sexta-feira, 24 de abril de 2009

mais

Já aqui alguém falou em doce, doce a mais, tinha razão e o pior é que a tendência mantém-se, os diabéticos devem ter algum cuidado e os outros também, que isto está a ficar enjoativo, mas não resisto... deixo-vos mais este doce para o fim-de-semana.
A musica fala dos meus heróis, dos heróis da minha geração, imortais e inesquecíveis. Ao que parece regressamos à chuva, deixo-vos a musica para ouvirem enroscadinhos. Onde? Onde quiserem que eu não sou de me meter nos enroscamentos alheios!



segunda-feira, 20 de abril de 2009

Bernardo 2

Revi este filme hoje pela... *****nésima vez e como em todas as outras, torci por ela. Não, não é porque a ache verdadeiramente apaixonada por ele, não é porque a veja merecedora dele, é apenas porque de alguma forma sou também eu assim, baralhada, terrivelmente errada, cruel... mas generosa... porque ao longo do filme é impossível não a amar e odiar, porque de alguma forma se adivinha que no derradeiro momento, num rasgo de lucidez ela fará o que tem que ser feito, simplesmente dar o beijo de despedida e dizer adeus...
E no final, que eu vejo como um final feliz... esta cena divina... hummm. Quando temos um George... que importa se não haverá casamento ou mesmo sexo, se temos a dança!
Hoje, lembrei-me do meu melhor amigo, não o meu Michael, mas o meu George. Porque em muitos dias ele foi o meu final feliz, sem casamento nem sexo, foi a minha dança ao cair do pano. A minha lucidez.
Por aqui, no inicio deste blog que ele ajudou a criar, chamei-o de Bernardo. Hoje mais uma vez sinto-lhe a falta. Sinto falta das conversas. Sinto falta das gargalhadas. Sinto-lhe a falta porque sim!

... a falta que me fazes...

quinta-feira, 16 de abril de 2009

dica de decoração

Andava eu à procura de uma cama para o meu novo filhote que está para chegar, quando entrei numa loja dos Chineses. Cama para o bichano não vi, mas encontrei estas maravilhas:



Não perceberam o que é? Passo já a explicar-vos, trata-se de uma coisa muito útil, higiénica e de extremo bom gosto. O seu nome técnico é ensopa gotas.
É fabricado num qualquer tecido alérgico e possui um belo dum fecho que facilita a aplicação do bicho na tampa da retrete.
Quem é amiga digam lá?! É ou não é uma boa dica de decoração, o toque de requinte que falta aí em casa hum?!

terça-feira, 14 de abril de 2009

pelos caminhos da memória

Não sei há quantos anos não o fazia, mas imagino que o número já tinha 2 dígitos. Ontem fi-lo.
Peguei no carro, à noite, e conduzi sozinha, ao acaso, em romaria certeira aos locais de culto. Liguei o rádio naquele volume que não se sobressai aos pensamentos e fui, entre médios e máximos, qual Indiana Jones de pacotilha.
Conheço as estradas, ou melhor, lembro-me vagamente onde vão dar, mas fico-me por aí, tudo o mais se desvaneceu entre a memória e o emaranhado doentio de tijolo e betão. Foi-se a magia, o som da noite, a luz da lua. Foi-se tudo, ou podem ser apenas os meus olhos que cresceram e enrugaram perante os cultos... fiz cada uma das peregrinações aos locais sagrados, mas não encontrei os santuários e dos santos então...
Ontem fi-lo, sozinha, mais uma ou uma última vez, por ruas diferentes das que me povoam o imaginário, numa terra de ninguém.
Ontem fi-lo... como uma velha estranha e ainda assim soube-me tão bem...
Ontem fi-lo...
... e ontem não fumei...

terça-feira, 7 de abril de 2009

grrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr

Como todos (ou quase todos) sabem, mudei de casa recentemente. O que talvez não saibam é que o que dá mais trabalho em todo o processo são coisas simples como ter tv, internet ou telefone.
Na minha casa anterior tinha um pacote de tv, internet e telefone da Zon, e devo dizer que não tinha grandes problemas. O serviço funcionava salvo raras excepções e quanto ao que pagava mensalmente não sendo uma pechincha era um bom valor face à concorrência, portanto, o natural foi pedir uma transferência dos meus serviços para a nova morada. Até aqui nenhum problema, tinha confirmado com a Tv Cabo ainda durante o processo de compra que tinham serviço por cabo na nova morada e sendo assim nem me preocupei em perder muito tempo a pensar no assunto. Chegado o dia, pedi a transferência e pronto. Fui informada que demoraria uns 15 dias e ficou prevista a ligação para o dia 26 de Março. Lamentei os 15 dias sem “ligação ao mundo”, mas esperei. Passados um ou dois dias fui contactada para confirmação da morada e voltaram a dar-me a previsão de dia 26. Tudo conforme o previsto.
No dia 25 de Março, à falta de contacto da Zon, liguei eu (a pagar, visto que estava e ainda estou sem telefone fixo) para confirmar a ligação no dia seguinte. Quem me atendeu confirmou que se mantinha prevista a ligação para o dia seguinte e que aguardasse o contacto de um técnico. Aguardei. Aguardei o resto do dia e aguardei todo o dia 26. Nada! No dia 27 ao fim da manhã, voltei a contactar a Zon (e a ser eu a pagar a chamada), a criatura que me atendeu disse-me então que eu devia continuar a aguardar que um técnico me iria contactar para agendar a ligação. Perguntei quando. Recebi de resposta que não tinha autorização para me dar essa informação. Pedi para falar com um superior que tivesse autorização para me transmitir a informação a que tinha direito. Foi-me negado. Depois de uma troca mais acesa de ideias, e do tom da conversa ter tomado novo rumo, pedi a anulação dos serviços e mandei-os pastar. Nessa mesma tarde recebi uma chamada de um menino muito polido que queria saber o motivo do meu pedido de anulação de serviços. Lá contei a história ao menino que pelo paleio não parecia fazer parte dos burros do call center, ele desfez-se em desculpas e explicou-me que o cabo só está previsto nesta morada para Julho, data que não podiam ainda garantir e que isso me deveria ter sido informado, lamentou o sucedido e deu-me como opção o serviço por satélite, portanto sem internet e sem telefone. Perdidos que estavam os 15 dias e furiosa com a Tv Cabo, comecei então a pesquisar as condições dos serviços da concorrência. Perda de tempo, a merda é toda a mesma, nem sequer estou certa de mudarem as moscas.
Nesta fase devo dizer para os mais distraídos que eu não sou, nem de perto nem de longe uma pessoa paciente e que todo o processo me aborreceu profundamente e mais aborrecida fiquei, quando comecei a perceber que fosse qual fosse o fornecedor iria ficar a pagar mais e que teria que esperar mais ainda do que optando pela Zon satélite. A contra gosto no dia 1 de Abril lá me dirigi a uma loja Zon para pedir o serviço por satélite. Sim, fui a uma loja para que cara a cara me dissessem quais as condições do contrato e quanto iria pagar, porque nos 3 telefonemas que fiz para o call center recebi 3 respostas distintas, o que faz de mim ainda mais burra que eles, que paguei pelas chamadas para ouvir gente incompetente.
Para minha surpresa no dia 3 de Abril fiquei com televisão. Serviço por satélite. Assunto resolvido pensei eu, até ontem, quando durante a tarde recebo o contacto de uma senhora muito prestável da Zon, para me dar conhecimento do meu pedido de transferência de serviço para a nova morada. Nem sei bem o que lhe disse, mas passei-me. A incompetência daquela gente é fantástica. A criatura queria dizer-me que qualquer dia me iriam contactar para fazer a ligação por cabo! Um dia destes, lá para Julho deste ano ou do próximo, sabe-se lá. E o que me deixou ainda mais maravilhada foi o desconhecimento pelo facto de eu já estar com o serviço de televisão fornecido por eles, Zon. Mas uma coisa é certa, se a besta, que não tem outro nome, desconhecia a coisa, depois de desligar informou-se bem sobre mim. Como é que eu sei? Fácil, ontem quando cheguei a casa depois das 10 da noite e de 14 horas na rua, o que eu queria mesmo era deitar-me na cama e adormecer ao som de um documentário qualquer... pois sim... foi preciso uma hora ao telefone com a Tv Cabo (comigo a pagar, para não variar) para me reporem o serviço. A besta, a tal que no mínimo só pode ser apelidada de besta, desligou-me o meu actual serviço e ligou o da antiga morada...

Hoje, houve alguém que me disse que eu ando pouco diplomática... vá-se lá saber porquê!!!

Para já, cá vou estando sem telefone fixo e sem net ADSL. Enquanto espero pela linha vou estando com a placa móvel que ora cai ora não se levanta.
Até um dia destes, se entretanto eu não for presa por agressão a um qualquer incauto que se me atravesse no caminho, sem estar à distância segura do outro lado da linha! ;)

Beijos.
Marta

sexta-feira, 20 de março de 2009

tão bom...

... quando simplesmente aconteceu “diferente das histórias que os romances e a memória têm costume de contar” e é tão bom quando o “amor foi chegando de mansinho se espalhou devagarinho foi ficando até ficar”...

quarta-feira, 4 de março de 2009

se houver próxima vez





“Porque há muito muito tempo não vinhas ao teu lugar


Ninguém sabia ao certo onde te procurar”

Eu sei... era essa a ideia...

“Quisemos saber como estavas, se a vida tinha tomado bem conta de ti


Ou se a vida teve medo e eras tu que a levava refugiada em ti”

O que parece?!

“Deves trazer tantas histórias, tantas que algumas ficaram caídas por ai


Outras, eu tenho a certeza, o teu fogo na alma queimou, deixaram de existir


Só queremos saber se és a mesma que vimos partir”

... Não...

“Da próxima vez não vás sem deixar destino ou direcção


Se houver próxima vez não esqueças leva contigo recordação”


Se houver próxima vez, tratarei eu do destino e da direcção...

terça-feira, 3 de março de 2009

o que me preocupa

Olho para a folha em branco, paro, penso, repenso e estilhaço o tanto que tenho por dizer. Intermitente como o cursor, vou piscando o olho a esta ou a outra palavra, escrevo uma frase duas se tanto, e volto ao branco, volto a parar, a pensar... a mudar.
Não serve, não está bom, volto a apagar. Frustrada, repito, apago e desisto. Voltarei amanhã, talvez depois e continuarei assim, nesta batota, nesta busca pelo que não tenho, neste branco vazio, nesta intermitência...
Não é que me preocupe com a escrita em si. Não é que me preocupe com os juízos de valor que possam fazer. Não é que me preocupe em ser perfeita, ou coerente, ou até polémica. Não! Quero lá eu saber disso. O que preocupa é que as letras que me saltam pela ponta dos dedos não sejam fieis a mim. O que me preocupa é que as tantas palavras que conheço não saibam quem sou. O que me preocupa são estas frases que se seguem umas depois das outras e que desconhecem esta saudade que me esmaga o peito.
Podia falar-vos da dor, mas que sei eu dessa dor entre tantos doutorados no assunto? Podia falar-vos da falta de ar, mas não, não é ar que me falta é esta poluição que me sobra e o tanto mais que não sei explicar. Podia até se quisesse falar-vos que é doença, jurar-vos que sinto um aperto, uma coisa castrante, um monstro terrível que me habita e aterroriza...
Não é que me preocupe se vos minto... não... o que me preocupa é este eco nas ideias escritas. O que me preocupa é esta coisa, esta ignorância infestada de certeza... o que me preocupa é isto tudo que sei de cor, que sinto o cheiro, o sabor e nunca vivi. O que me preocupa sou eu... e tu... e tu... e tu... e tu... o que me preocupa é o eco desprovido de razão... o que me preocupa é não saber das palavras, aquelas que nunca ouvi... o que me preocupa és tu... e tu... e tu... e tu... que vives em mim e que eu não sei verbalizar.

domingo, 1 de março de 2009

santa paciência

Não sei se já te disse, mas estou a ficar impaciente.
Parece.
Não há aqui nada do que me apetece.
Amanhã...
Amanhã na volta nem me apetece. Eu queria era agora!
Pois...
Eu sei que tu não tens a culpa...
Pois não.
Pois não também não é bem assim, tens mais que eu!
Eu sei, desculpa.
Não faz mal... daqui a bocado isto passa-me...
Tou a ver...

Daqui a bocado passa-me, mas para já ajuda que tu sofras um bocadinho!!!!

primeiro ponto - ok

Nos primeiros dias de Janeiro, no conto, respondi a um desafio em que apresentava uma lista de oito objectivos, se é possível chamar-lhes assim, para 2009.
Pois bem, neste momento conto-vos desta vez aqui, baixinho pelo adiantado da hora: AQUELA CASA JÁ É MINHA!!! Neste momento, sou a constipada proprietária de 2 imóveis muito bem localizados no centro sul do país. Não foi fácil, em muitos momentos dei a coisa como perdida face a toda a envolvência, mas ontem, depois de mais umas peripécias como não podia deixar de ser, lá rumei a sul e assinei a escritura.
O primeiro objectivo está conseguido, agora irei fixar as minhas preces na venda da minha velhota, sim, porque isto de ficar a pagar duas casas, sendo eu uma bela moçoila solteira e de momento desempregada, não é de todo simples. Mas sabem que mais? Não estou muito preocupada! Se vender porreiro, se não vender paciência, posso sempre alugar, recuso-me é a perder dinheiro ou a pagar uma pequena fortuna a uma agência imobiliária para ficar apenas com meia dúzia de euros para mim. O pouco que tenho, saiu-me do couro e se por um lado não quero nada de ninguém, por outro, filho da puta nenhum vai ficar com o que é meu. É a modos que um ponto de honra. Querem dinheiro? Vão trabalhar!


Nota final: Este post está uma porcaria, para não dizer uma merda, que eu não gosto de dizer asneiras. Parece mesmo que está incompleto, mas não está, está é mal escrito. A ideia era dizer apenas duas coisas, primeiro, consegui comprar a casa nova e segundo, os fulanos das agências imobiliárias são uns chulos!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

cinco manias

Respondendo ao desafio da Orquídea, confesso aqui cinco manias, apenas cinco entre a muitas que tenho.

- O momento em que acerto o despertador do telemóvel é sagrado. Ninguém me fale, ninguém me chame, ninguém me ligue, se não quiser conhecer a minha fúria em primeira mão. Viro bicho.

- O três. Paixão, obsessão ou mania... não sei, mas sou fascinada pelo número três. E ao olhar para o relógio do PC agora, são 3 horas, certinhas.

- Começo sempre por calçar a bota direita e nunca uso sapatos.

- Coloco sempre o cinto de segurança, até quando só vou desviar o carro dentro do meu próprio quintal.

- Nunca uso relógio e os dois que existem cá em casa estão parados, mas expostos.

O desafio é vosso, quem queira, faça o favor! ;)

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Está reaberto o confessionário

Tenho andado louca!
Este meu inicio de ano está a ser rico, riquíssimo em emoções, uma montanha russa de tal ordem, que sinto vontade de voltar aqui, a este espaço que acompanhou e de alguma forma provocou um ponto de viragem na minha vida. Volto a ter vontade de me confessar, uns dias impotente e outros heroína de uma história só minha. Volto a querer falar desta sinusóide louca em que tanto sigo numa ascensão desmedida como logo em seguida sinto a falta de chão, a queda vertiginosa para um ponto negro que desconheço. O fundo do buraco e a subida que apenas acontece pelo impulso dos pés nus no lodo frio.

À passagem de ano medonha, com uma febre que já nem recordo quando tinha atingido pela última vez, sucedeu a paixão, a descoberta da casa que procurava há dois anos. A que não sabia como era, mas tinha a certeza que a reconheceria no primeiro olhar. Veio a euforia, o milagre que considerava impossível, a sucessão de bons resultados profissionais, não apenas pessoais, mas da equipa. Vieram os bancos, as negociações, os projectos e depois... sem que o pudesse prever veio a queda. Percebi que afinal os resultados positivos eram apenas o último folgo do moribundo. Veio o desemprego, a mudança inevitável e não a desejada, veio a perda em catadupa, a incerteza.
Mas não parou por aí, não podia parar, não posso parar. Como dizem os Brasileiros, sem tempo a perder a lamber as feridas ou a lamentar-me, desesperei, mas corri atrás do prejuízo, desencantei de um bolso esquecido aquela estrelinha da sorte que dizem que os vencedores têm, e eu não sendo uma vencedora, sou certamente uma guerreira.
Depois do dia em que tudo no universo parecia conspirar a meu favor, veio o dia das lágrimas, da perda do meu Joãozito... meu amigo de penas, meu filhote, meu confidente, meu fiel companheiro. Veio comigo para esta casa e por cá ficou sempre, enquanto as pessoas entravam e saiam da minha vida. Morreu velhinho, cansado, depois e apenas depois de ter a certeza que eu ia seguir o meu caminho noutro local, entre outras paredes... pode parecer-vos ridículo, mas afirmo sem a menor vergonha que este canário será inesquecível, muito mais que algumas pessoas que se cruzaram e cruzarão comigo.
“Até sempre João... tu sabes, foste, mas ficaste para sempre num espacinho só teu no meu coração!”

E hoje, com a cabeça a fervilhar de ideias e expectativas, venho confessar-vos que estou confiante neste futuro incerto que se me avizinha, venho dizer-vos que esta crise, pessoal, nacional, mundial ou seja lá ela da dimensão que for, não levará a melhor. Venho dizer-vos, não que estou de volta, porque na verdade nunca parti, mas que esta voltará a ser a minha casa, a primeira e principal enquanto fizer sentido para mim e que hoje o faz.
Repito-vos praticamente o que vos disse no primeiro dia... noutro tempo que quase me parece outra vida.

Está reaberto o confessionário!

E é assim que aos dezoito dias do mês de Fevereiro do ano dois mil e nove, é reaberto este espaço, mais um entre tantos.
Terá de especial o facto de ser meu, o que por si só lhe dá uma grande vantagem sobre todos os outros.
Como irei cativar leitores? Pois bem, isso será fácil. Sou uma Mulher de números e o que sei de informática resume-se a isso mesmo, números, os nove dígitos do número de telefone do Bernardo e agora também do Cd!

Sem dúvida este será um espaço de qualidade...
Além dos incontestáveis motivos de interesse que enumerei anteriormente será aqui que confessarei os meus medos, os meus muitos amores, os meus humores, os meus delírios a roçar a loucura... lutarei contra fantasmas e demónios e procurarei encontrar-me!
Sei que serei inconstante, complicada, egoísta, insensata, sonhadora, apaixonada e acima de tudo sincera!
Aos que me visitarem... sejam bem vindos, bebam um copo, sintam-se em casa e voltem... se quiserem...
Prometo que será eterno enquanto fizer sentido.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

segunda

Quero uma segunda-feira. Uma...
Uma qualquer, uma que seja fresca, fria, longa. Pode ser chuvosa, pode ter vento. Quero-a destemperada, temperamental. Quero uma segunda-feira, uma...
Uma que eu recorde, quer ela venha na terça, na quarta, na quinta ou na sexta. Quero-a segunda-feira na essência, no esplendor de começar de novo. Quero uma segunda-feira, uma...
Uma que me faça acordar cedo, reclamar do transito, dizer palavrões. Quero uma segunda-feira que me desafie, que ameace vencer-me e perca, para mim, quando a noite se anunciar.
Cansa-me esta fúria pelo fim de semana. Cansa-me este sábado. Cansa-me esta felicidade alheia. Abomino os passeios tristes de domingo. Os risos. Os carros. O mar.
Quero uma segunda-feira! Uma que seja nublada, cinzenta... com um sol brilhante que apenas eu conseguirei ver.
Quero uma segunda-feira, uma...
... que me ensine a amar o sábado!

domingo, 1 de fevereiro de 2009

e agora,

sem surpresa deixo-te no que falta apenas um pouco do que tenho... um pedaço mais de mim...