Devia falar bem do Natal, da paz no mundo, da solidariedade...
Devia... mas não vou dizer porra nenhuma!
Fico tão triste com a hipocrisia da época natalícia. Dizem que Natal é quando o homem quiser, valha-nos Deus...
Compramos presentes inúteis para gente que agradeceria muito mais a nossa presença regular nas suas vidas durante todo o ano. Mandamos sms aos amigos das sms de Natal e Ano Novo. Cruzamo-nos no patamar da escada com o vizinho do lado e fazemos o frete de perguntar pela criancinha que na noite anterior não nos deixou dormir e desejamos tudo de bom enquanto pensamos: “que raio de sorte a minha... ter que me cruzar com este chato agora”. Damos uma esmolinha no metro e ficamos satisfeitos e orgulhosos da nossa bondade. Como cereja no topo do bolo temos os jantares de Natal, são perfeitos... perdemos no mínimo 3 horas do nosso precioso tempo com os sacanas que o ano inteiro nos tentaram fazer a cama, viva o companheirismo no trabalho, chego a ficar comovida...
Será mesmo que a ideia de Deus era isto? Será isto o Natal?
Claro que gosto da lareira, das decorações, de estar com os meus familiares, da alegria nos olhos de um miúdo a abrir um presente... claro que me comove quando alguém que eu sei que tem dificuldades me oferece um par de meias, porque para essa pessoa dar-me esse par de meias corresponde a muitos sacrifícios. Mas não deverei entristecer-me com a miséria que o Natal apenas maquilha por uma refeição? Não deverei revoltar-me com o egoísmo com que se vive o ano inteiro?
Por esta altura já pensam: “Esta parva desta mulher está a fazer este discurso patético, mas na prática não faz nada para fazer do mundo um lugar melhor.”
Pois bem, confesso, faço muito pouco ou nada mesmo, mas até gostaria de fazer mais... já tenho tentado fazer mais, mas curiosamente quando não é Natal toda a gente se esquece dos pobrezinhos!
Vou dar-vos um exemplo. No inicio deste ano lectivo contactei a câmara municipal da minha área de residência (arredores de Lisboa), falei com uma Assistente Social e propus-me a colaborar no apoio escolar a jovens carênciados. Falámos por diversas vezes, ou era eu que ligava ou a Sr.ª que me ligava a mim e ao fim de uns quantos telefonemas agradeceram mas dispensaram... fantástico!!! Assim eu continuo a dar explicações aos meninos que as podem pagar...
Parece-me que fazemos bem, mantemos as tradições e continuamos a poder ser generosos com os pobrezinhos no Natal!
Devia... mas não vou dizer porra nenhuma!
Fico tão triste com a hipocrisia da época natalícia. Dizem que Natal é quando o homem quiser, valha-nos Deus...
Compramos presentes inúteis para gente que agradeceria muito mais a nossa presença regular nas suas vidas durante todo o ano. Mandamos sms aos amigos das sms de Natal e Ano Novo. Cruzamo-nos no patamar da escada com o vizinho do lado e fazemos o frete de perguntar pela criancinha que na noite anterior não nos deixou dormir e desejamos tudo de bom enquanto pensamos: “que raio de sorte a minha... ter que me cruzar com este chato agora”. Damos uma esmolinha no metro e ficamos satisfeitos e orgulhosos da nossa bondade. Como cereja no topo do bolo temos os jantares de Natal, são perfeitos... perdemos no mínimo 3 horas do nosso precioso tempo com os sacanas que o ano inteiro nos tentaram fazer a cama, viva o companheirismo no trabalho, chego a ficar comovida...
Será mesmo que a ideia de Deus era isto? Será isto o Natal?
Claro que gosto da lareira, das decorações, de estar com os meus familiares, da alegria nos olhos de um miúdo a abrir um presente... claro que me comove quando alguém que eu sei que tem dificuldades me oferece um par de meias, porque para essa pessoa dar-me esse par de meias corresponde a muitos sacrifícios. Mas não deverei entristecer-me com a miséria que o Natal apenas maquilha por uma refeição? Não deverei revoltar-me com o egoísmo com que se vive o ano inteiro?
Por esta altura já pensam: “Esta parva desta mulher está a fazer este discurso patético, mas na prática não faz nada para fazer do mundo um lugar melhor.”
Pois bem, confesso, faço muito pouco ou nada mesmo, mas até gostaria de fazer mais... já tenho tentado fazer mais, mas curiosamente quando não é Natal toda a gente se esquece dos pobrezinhos!
Vou dar-vos um exemplo. No inicio deste ano lectivo contactei a câmara municipal da minha área de residência (arredores de Lisboa), falei com uma Assistente Social e propus-me a colaborar no apoio escolar a jovens carênciados. Falámos por diversas vezes, ou era eu que ligava ou a Sr.ª que me ligava a mim e ao fim de uns quantos telefonemas agradeceram mas dispensaram... fantástico!!! Assim eu continuo a dar explicações aos meninos que as podem pagar...
Parece-me que fazemos bem, mantemos as tradições e continuamos a poder ser generosos com os pobrezinhos no Natal!
Ui, este meu humor hoje...
3 comentários:
Olá, antes de mais obrigada pela visita e aparece sempre que desejares no meu espaço.
Gostei muito deste teu "desabafo". No fundo toda a gente pensa assim, pensa que é tudo um desperdício de tempo e dinheiro isto do natal. Claro que é bonito as decorações e ver as crianças felizes. Mas apesar da hipocrisia, pelo menos nesta altura sempre se faz mais pelos carenciados que o resto do ano, ao menos nem que seja para o ego egoísta de nós humanos, sempre dá algum resultado para os ajudados.
Mas acho que deves tentar ajudar de outras formas, se calhar ajudar apenas uma pessoa, tocar alguém só com um sorriso, uma palavra de esperança. Por vezes já é uma grande ajuda. Se essa Câmara não aceitou a tua colaboração tenta outras instituições, ou apenas de forma espontânea quando tiveres esse impulso. Muitos como eu também dizem querer ajudar e pouco fazemos, ou mesmo nada. Faço mea culpa, mas qualquer dia chegará essa chamamento e farei qualquer coisa, pode ser o principio que vou amadurecendo com o tempo. O que me importa mais é a consciência e respeito pelo próximo, que para mim já é muito bom na construção de um mundo melhor.
Bjs
Também és professora??? Oh Deus...
Sabes, acho que ajudaste muita gente com este blog, a começar por ti. Quanto à criancinha chorona, eu tenho uma na casa ao lado há um ano. O quarto da criancinha é paredes-meias com o meu. De manhã desperto sempre com o choro do crianço. Não preciso de despertador, é um facto, mas não é lá muito agradável acordar sempre com a mesma música. E quando há concerto durante a noite? Um must! Eu já pensei que a criança era maltratada, que tinha alguma doença, mil e uma coisas para justificar tanto choro, mas é birra mesmo! Demasiado mimo! Vai ser um pequeno ditador e por vezes apetece-me dar-lhe um estalo quando começa a abrir e fechar as gavetas e as portas com força! Não há espírito natalício que resista a um puto assim. Para mal dos meus pecados, o puto é mesmo giro, um ruivinho de caracóis lindo! Raio do puto... Quero dormir!!!
Cris (beijoca repenicada)
P.S. estou nostálgica e vim ler-te um pouco de novo
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