quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

Lembrei-te

Já falei dos homens da minha vida. Hoje falarei para a mulher.

Hoje lembrei-te, como em muitos outros dias lembrei-te.
Não revivi momentos e emoções, não falei de chuva nem de vento, o sol até brilhou, mas ainda assim, lembrei-te!
Já não tenho a intensidade de sentimentos que tinha contigo… o turbilhão de emoções ficou lá atrás… passei por ele à muito, mas segui sem o trazer comigo.
Aprendi a atravessar a estrada em segurança sem a tua mão a guiar-me, já sei andar pelas minhas pernas, sei até… imagina só, já sei correr… ao sabor dos meus ventos!
Confio nas pernas que me guiam, na força e na coragem de ir na direcção que quero. Acredito no que sou, muito mais do que no que fui.
Aprendi a viver sem o teu ombro, sem a tua palavra amiga, sem o teu abraço, sem o teu olhar, sem o teu carinho… aprendi a viver sem ti! Mas lembro-te!
Lembro que foi contigo que a aprendi que uma flor por mais pequena e simples que seja tem a sua beleza muito particular, que foi contigo que partilhei as minhas emoções mais profundas, que foste tu quem tantas vezes me embalou o sono… lembro também que tantas outras não dormiste pelo tamborilar dos meus dedos…
Lembro das promessas de que nunca nada nem ninguém nos separaria, lembro-me de acreditar…!
O que eu não sabia era que as paixões acabam esbatidas no tempo, perdidas nos baús das memórias…
Mas hoje lembrei-te, porque ainda que os amores acabem, nunca esquecemos os que amámos!

Nunca mais te amarei da mesma forma incondicional… mas estou quase a conseguir perdoar-te.

8 comentários:

Esteril disse...

Acho que sim, que realmente até ver a coincidência de emoções e sentimentos, já não é preciso mais ser provada. Curioso!!!
Ao ler cada post teu parece que estou a falar ao espelho...
Quando se deixa de amar com aquela intensidade, mesmo que odiando, se é que se odeia mesmo, eu pelo menos continuo a gostar à minha maneira. Seja como for não consigo dizer agora adoro-te e amanhã odeio-te, só pelo facto que acabou, não importando de quem partiu a opção de ruptura. Acho que entendes, não é difícil de perceber que era isso que transmitias.
bjs

Marta disse...

Menina-Mulher,
Realmente acho que se pode perdoar tudo ou quase tudo, mas para mim perdoar não é igual a esquecer ou “passar por cima” como se costuma dizer, para mim perdoar é aceitar o que aconteceu, mas manter essa memória, daí ser um exercício complicado, doloroso e longo.
Beijo para ti :)

Esteril,
Espero que não me acuse de plagiar as suas ideias :)
Sim, tb não sou de amo-te hoje e odeio-te amanhã... Como dizia Florbela Espanca num dos seus brilhantes poemas:

“Ódio por ele? Não... Se o amei tanto,
Se tanto bem lhe quis no meu passado,
Se o encontrei depois de o ter sonhado,
Se à vida assim roubei todo o encanto...

Que importa se mentiu? E se hoje o pranto
Turva o meu triste olhar, marmorizado,
Olhar de monja, trágico, gelado
Como um soturno e enorme Campo Santo!

Ah! nunca mais amá-lo é já bastante!
Quero senti-lo d’outra, bem distante,
Como se fora meu, calma e serena!

Ódio seria em mim saudade infinda,
Mágoa de o ter perdido, amor ainda.
Ódio por ele? Não... não vale a pena...”

Obg pelas palavras!!!
bjs

Esteril disse...

Não há direito a plágios, porque sentimentos e emoções são universais, iguais em tudo, dependendo dos caracteres das pessoas. Há sempre pontos comuns, quiça entre nós demasiado comuns, pelo menos até agora, ou nalguns pontos.
Já me disseram que eu não presto, que tiveram nojo de mim, que tiveram pena de se ter envolvido cmg, e tudo porque? Porque eu fui honesto, em vez de a enganar, quando deixei de sentir amor, apenas acabei, tratando-a com dignidade, quando o normal é arranjar outra, ou outras, até se votarem a apaixonar. Não, e ela continuou a rastejar literalmente atrás de mim meses e quando lhe digo q tive um caso, pronto. Sou um cabrão de um gajo que só pensa em sexo... É fácil de aceitar esta porra? Fonix... Mas adiante nada tem a ver contigo, foi mais um desabafo. Sofri essa critica e hoje mudei, afinal fez-me bem. Pois agora quando me maltratam, por isso, agora mando-os(as) para o raio que os partam, logo na cara e o pessoal está habituado ao cinismo e fica parvo. Eu é que sou maluco e eles os santinhos. Não tou nem aí...antes só que mal acompanhado. Estou habituadíssimo a viver sozinho, a jantar sozinho, a sair sozinho... Por isso não me rebaixo nunca mais.
bjs

Marta disse...

Eu que não tenho nada com isso, e nem sequer te conheço, devia ouvir o desabafo e ficar calada, mas sou destravada e vou dizer. Cuidado com essa revolta toda, os que te ouvem podem-se assustar e magoar, não me refiro aos que te ouvem sem voz e sem rosto, falo dos que te são próximos… dos que gostam de ti! Os que não gostam… P*** que os pariu!
Não digo isto porque não te entendi, digo porque te entendi bem demais!

Esteril disse...

Marta,
Sabes o que eu aprendi com esta relação?
Aprendi, que quem me conhece e quem gosta realmente de mim, sabe ver quando estou revoltado e a falar da boca para fora ou não. Tento ser sempre justo e humano, ninguém me pode acusar de não ser. Mas mesmo assim o fazem, mas fazem-no eles sim da boca para fora, porque depois pergunto. "Então se contrarias, concretiza, diz..explica-te" Agora dizer só que não se concorda não chega. E sabes quantos o fazem? Poucos...
Se esses conhecidos se assustarem, não entenderam o que escrevi, se ficarem magoados, perguntem e eu esclareço... Se não me entendem, boa viagem na busca de outro amigo que eu já não estou nem aí... Afinal foi isso que fiz este ano muitas vezes. Reciclar amizades...
É isso Aí (talvez seja por isso que gosto tanto desta música)
Beijos

Marta disse...

Não me referia a quem estava a ler, referia-me à revolta que me parece existir na pessoa que vive no mundo real. Referia-me a magoar olhos nos olhos… é muito fácil… já o fiz e já o fizeram comigo… se queres que te diga, acho que me atormentam mais as dores que provoquei nos outros. As minhas eu paro, lambo e sigo!
bj

Anónimo disse...

bom comeco

Marta disse...

Anónimo,

Bom começo? O quê? O facto de entretanto já a ter perdoado? (é que já passaram mais uns anos)
Ou bom começo de blogue?
Não percebi.